por Agência Brasil
Postado em 21 de Junho de 2025 às 09:00 hrs
No ano passado, a violência contra crianças em conflitos armados atingiu níveis sem precedentes, com aumento de 25% do número de violações graves em comparação a 2023.
Em 2024, foram registrados 4.676 assassinatos e 7.291 mutilações, vitimando 11.967 crianças. A negação do acesso humanitário, com 7.906 incidentes, o recrutamento e uso de crianças (7.402) e o sequestro de menores de idade (4.573) também apresentaram números extremamente preocupantes.
Os maiores aumentos percentuais no número de violações foram verificados no Líbano (545%), Moçambique (525%), Haiti (490%), Etiópia (235%) e Ucrânia (105%).
A negação do acesso humanitário atingiu "escala alarmante", informa a ONU, com mais trabalhadores humanitários mortos em 2024 do que nunca, incluindo muitos funcionários da própria organização.
Um total de 1.561 crianças palestinas (1.131 meninos e 430 meninas) foram confirmadas como mutiladas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental (620) e na Faixa de Gaza (941).
No Congo, as Nações Unidas verificaram 4.043 violações graves contra 3.418 crianças (2.217 meninos, 1.201 meninas) e 453 violações ocorridas em anos anteriores foram confirmadas.
Na Somália, que vive uma situação de instabilidade permanente, causada por uma guerra civil, a forte presença de grupos armados insurgentes, como o Al-Shabaab, contribui para a insegurança e dificultam a reconstrução do país. As Nações Unidas verificaram 2.568 violações graves contra 1.992 crianças e 50 violações ocorridas em anos anteriores.
No país mais populoso da África, com cerca de 200 milhões de habitantes, a desigualdade social crônica, violência social e atuação de grupos armados levaram à 2.436 violações graves contra 1.037 crianças (386 meninos, 651 meninas) e 269 violações graves ocorridas em anos anteriores.
No Haiti, país insular do Caribe que vive instabilidade política e social há décadas, com ações de gangues armadas, as Nações Unidas verificaram no ano passado 2.269 violações graves contra 1.373 crianças. Em anos anteriores, foram registradas 24 violações.